PETER KRAML: Herbert Schager

Katalogtext brasilianisch
Verlobung in der bürgerlichen Welt
29,7 x 42 cm, 1986

Amor, eros, brutalidade, a busca de um conceito, para elucidar o meio – algo que move os 4 artistas de modo muito essencial – parace ter em Schager um significado extremamente importante. Dos 4 artistas, é ele o mais inequivoco e, em seu modo direto, o mais aberto. O universo de imagens de Schager se divide em duas partes distintas: o da mulher e o do homem. De modo bem aberto, bem claro. Para 0o observador, a problemática da relação homem-meio, mas também a do homem-homem, é apresentada de forma bastante penetrante. Schager utiliza ainda as cores, os traços que dão contorno às figuras de modo muito consciente e com uma certa brutalidade. O sensivel do traço é, por enquanto, deixado à parte, pois não é um principio da representação. Para o artista, o que importa é o desnudamento do problema, do modo corno o deseja compreendido. As figuras têm força expressiva e, quase que sobrecarregadas de sensibilidade emotiva, se transformam em máscaras, que no entanto se desmascaram no decorrer da ação e parecem então querer ir de encontro ao outro em sua miséria, medo e em seu estar preso à situação. As figuras, as cabeças, os movimentos, a expressão que une os universos de imagens representados, são de extrema vinculação a estados, que têm sua razão de ser. Destacadas de modo especial, são as partes sexuais das pessoas; sonhos amedrontadores, ou uma realidade, do modo como costuma ser reprimida. Realidade significa para Schager, brutal confronto com a vida. O homem que é observado por 1000 olhos; ao fundo uma mulher nua que observa o acontecimento. De repente, dados cruzam o ar. O homem acaba de se enganar na jogada. Pode-se inventar estórias para os quadros de Schager. Em contraposição à „Nova Pintura“ em geral, do modo como é frequentemente definida – em sua expressividade e em seu „sair do ventre“ – Schager muitas vezes pinta psicogramas – é o que se pode deduzir de seus quadros. Mesmo quando, de modo semelhante a Brehm (e não se deve ignorar totalmente esta ligação transversal), utiliza simbolos extraidos da vida cotidiana, ele o faz pelo impeto de formular para além da estória que desenha. Também pouco Ihe importa uma exata definição deste „um“ homem, mas sim a constatação de um determinado estado. Em geral são figuras, masculinas ou femininas, despojadas de seus invólucros. Nada é mais nú que um homem nú, nada é mais aberto que ele, nenhuma estória poderia ser contada num quadro de forma mais direta. E este é um principio que todo observador deveria adotar imediatamente diante dos quadros de Schager. Algumas representações parecem minuciosas, pro demais evidentes. Pergunta-se portanto, o que mais haveria por detrás disto. A „vinculação ao estado, à situação“ do artista assurne nestes trabalhos o primeiro plano. São quadros muito movimentados; nada que pudesse permanecer imóvel, nada, que pudesse induzir à contemplação. A forte vinculação à existência, a saber, a do próprio artista, se torna explícita e até mesmo demonstrativa. Schager se apresenta como pintor. Ele assume uma posição, que ultrapassa os âmbitos distanciadores e lança mão dos homens que o tocam. Os retratos são frequentemente infantis – conscientemente – porque vêem diretamente da cabeça e não têm qualquer trajeto intelectual por trás de si. Interpretando-se além disso, as cores, que nos quadros, atingem uma predominância essencial, então é o vermelho que assinala conteúdo e forma. E a cor também se transforma em agressora, em expositora de conteúdos. Ela não é aplicada de modo especificio, e sim, contornando o acontecimento total no quadro. O vermelho neutraliza qualquer outra cor, tirando-lhe a força e se afirmando corno chamariz. Erm contraste com o negro, o vermelho às vezes chega a se tornar prepotente e sublinha mais uma vez o desejo do artista de pintar quadros da total confrontação.

Übersetzung: Nely Bahia Cardoso, São Paulo

Die Macht der Musik bei Nacht
29,7 x 42 cm, 1986